sexta-feira, 29 de maio de 2009

Nostalgia

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Na tarde tristonha,
Estava eu morrendo,
Minh´alma sofrendo
A angústia dos sós...
Porém, de repente,
Teu vulto aparece,
E, como uma prece,
Eu ouço tua voz.

O mundo sombrio,
A dor que em mim arde,
As sombras da tarde,
A falta de calma...
Mas a melodia
Que cantas me encanta...
Tua voz me acalanta,
Perfuma minh´alma!

E como se eu fosse
Um teu velho amigo,
Divides comigo
As mágoas sentidas...
E o mesmo eu te faço,
Sem susto e sem medo,
Te abrindo o segredo
Das minhas feridas.

Nós dois pela tarde,
Dois seres, dois mundos...
Tormentos profundos
Matando nós dois...
Sofridos, perdidos,
Morrendo nas águas
De um rio de mágoas
Que a vida compôs.

Daqueles momentos
De grande ternura,
A tua doçura
Comigo ficou...
Ainda te escuto,
Ainda te vejo,
- Sublime lampejo
Que não se apagou!

Senti tua ausência,
Teus pés no caminho...
Fiquei tão sozinho
Nesta ansiedade...
E em meu mundo triste,
Às vezes suponho
Que tu foste um sonho
Que agora é saudade!
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(Anchieta)

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