sábado, 9 de maio de 2009

RENÚNCIA

(versos escritos em minha juventude)

É claro que eu devo esquecer teu olhar
E não me ofuscar tanto assim só por vê-la...
É claro que eu sei que não devo sonhar
E toda esta ânsia preciso contê-la.

Eu hei de expulsar este ardente desejo,
Pois sinto este amor me prendendo nos laços!
Preciso esquecer de sonhar com teu beijo,
Preciso fugir de querer os teus braços!

Não posso e não devo me ungir da esperança,
Porque não convém a ilusão sem sentido...
Que vale este sonho fazer-me criança,
Se sei que este sonho me é proibido?

Não queiras julgar-me pior do que sou,
Se fujo do amor que me prende e fascina...
Embora sofrendo, te juro que vou
Buscar esquecer-te, mulher tão divina!

Por todo este idílio, te sou muito grato,
Mas sei que preciso fugir de querer-te!
Amar-te não posso! Seria insensato!
É bem mais prudente, mulher, esquecer-te.

Perdoa ao poeta, esta alma-criança,
Que fez-se cativa de tua beldade!
De ti guardarei a mais linda lembrança!
Serás, para sempre, uma doce saudade!

(José de Anchieta Batista)

Nenhum comentário: