Hoje, 6/2/2016, já na efervescência de mais uma folia
carnavalesca, o amigo Eugênio Pacelli brinda-me, pelo Whatsapp, com uma sábia
mensagem do saudoso Dom Hélder Câmara.
Ao falar do Carnaval, festa olhada pelas religiões como
eminentemente profana e pecaminosa, o grande pastor de almas, além de nos fazer
refletir sobre o quanto vivemos num mundo de hipocrisias, retratou toda
sabedoria e grandeza que trazia em sua alma. D.
Hélder não foi mais um pregador do Evangelho de Cristo. Dom Hélder viveu-o
intensamente! Foi ele tão grande, que deveria ocupar maior destaque no panteão
dos nossos heróis nacionais. Tenho-o como um verdadeiro apóstolo de Deus.
Abraçou, durante sua honrada e heroica vida, incansáveis lutas contra todo tipo
de opressão, aí incluídas as perversas condições subumanas impingidas aos
nossos irmãos "sem vez e sem voz". Nunca fugiu da luta, nem se dobrou
diante de ameaças ou de baionetas. Sua luta pastoral estava integralmente
dedicada às causas do povo, sobretudo em favor da liberdade e contra a dor das
periferias.
Pois
bem, aquele grande homem, ante a adversa
realidade social que o cercava, assim se pronunciou a respeito do Carnaval:
“Carnaval é a
alegria popular. Direi mesmo, uma das raras alegrias que ainda sobram para a
minha gente querida.
Peca-se muito no Carnaval?
Não sei o que pesa mais diante de Deus: se excessos,
aqui e ali, cometidos por foliões, ou farisaísmo e falta de caridade por parte
de quem se julga melhor e mais santo por não brincar o Carnaval.
Estive recordando sambas e frevos, do disco do Baile
da Saudade: “Ô jardineira porque
estás tão triste? Mas o que foi que aconteceu?... Tu és muito mais bonita que a
camélia que morreu”.
- Brinque, meu povo!
Povo querido! Minha gente
queridíssima. É verdade que quarta-feira a luta recomeça. Mas, ao menos, se pôs
um pouco de sonho na realidade dur)a da vida!”.
(Dom HélderCâmara, 01 de
fevereiro de 1975, durante sua crônica radiofônica “um olhar sobre a cidade” da
Rádio Olinda AM.)
Meu querido padre, você não era um religioso. Os
religiosos praticam uma "profissão". Não vivem um sacerdócio. Os
religiosos são doentes, são fanáticos, e crucificaram Jesus. Você era um homem
de Deus. Um praticante do “amai-vos uns aos outros!”. Um homem com a divina
convicção de que “todos somos um”. Você estava acima de nossas baboseiras.
Para você, Dom Hélder:
- Shalon! Namastê! Graça e paz! Saravá! Paz e Bem! Ó
glória! Aleluia! Motumbá! Salve Deus! Axé! Paz do Senhor! - e todas as demais saudações fraternas - Amém!
Meu caro Dom Helder, onde você estiver, receba nossa
gratidão e nosso fraterno carinho.
(Anchieta)
(Anchieta)
Nenhum comentário:
Postar um comentário