domingo, 3 de maio de 2009

Minha triste lágrima

Minha triste lágrima,
Ó essência de mim,
Não queimes assim,
Quando eu te chorar!
És gota de um mar
De quimeras mortas,
Vazão das comportas
De minha loucura...
Não posso guardar-te
E vivo a chorar-te...
Tu és desventura!

Minha triste lágrima,
Pingo de desgosto,
Fogo que em meu rosto
Rola do meu eu...
Angústia, saudade,
Infelicidade,
Mágoa que choveu...
Fragmento de vida,
Meu mal liquefeito
Que vem do meu peito,
Qual dor derretida.

Minha triste lágrima,
Bálsamo e espinho,
Choro-te sozinho,
Meu rio de dor!
Meu grito de amor,
Eterno e infindável,
Não és suportável
Da forma que existes,
Nas covas tão fundas,
Nas sombras profundas
Dos meus olhos tristes...

(José de Anchieta Batista)

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