quarta-feira, 6 de maio de 2009

Postalgia

(Em 1985, era um suplício utilizar os serviços de correio em Rio Branco. Enquanto no restante do Brasil, a celeridade era uma qualidade daquela empresa, no Acre, uma encomenda por "SEDEX" muitas vezes demorava mais de 15 dias. Publiquei, então, em "O Rio Branco", este desabafo.)
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Senhor chefe do Correio,
Por favor me acredite,
Paciência tem limite
E eu mesmo já estou cheio
De sofrer tanto aperreio
Com minha correspondência!
Não sei se é negligência,
Não sei quem é o culpado,
Não sei se falta empregado,
Mas eu lhe peço clemência!


Por este Brasil afora,
O Correio é, na verdade,
Padrão de seriedade,
Sem desleixo e sem demora...
Mas este daqui, agora,
Só tráz aborrecimento!
Eu estou c´um pensamento
De mudar de mensageiro:
- Tudo chega mais ligeiro
Transportado num jumento!


Corrija aí o defeito
Que embaraça o serviço,
Pois o Correio, com isso,
Há de mudar de conceito!
Mas, se este caso é sem jeito,
P´ra findar este massacre,
Feche as portas, ponha um lacre,
Demita aí todo mundo,
Jogue as chaves no mais fundo
Do leito do Rio Acre!

(Anchieta)

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