terça-feira, 23 de junho de 2009

Maldito amor

Relembro com saudade - que beleza!
Mês de setembro - se já não me engano...
Recordo que era rosa a cor do pano
Que vestia teu corpo de princesa.
De repente se foi minha tristeza
E eu colhi, em teu porte tão risonho,
A flor do meu amor - maldito sonho!
Hoje tento esquecer-te, não te esqueço!
Quanto mais eu te amo mais padeço!
Quanto mais tento rir mais sou tristonho!

Foi cruel o teu modo de mentir
E eu me perdi na tua falsidade...
Tua paz escondia a tempestade
Que me fez de repente sucumbir.
Muito tarde, bem tarde, eu quis fugir
Dos vis grilhões de meu amor pungente...
E agora assistes implacavelmente,
Ao ritual macabro desta dor...
Tu acendeste a chama deste amor,
Para matar-me no seu fogo ardente!

Surgiste como a estrela matutina,
Embelezando o céu de meu viver...
E eu, já tão cansado de sofrer
Cruéis desilusões em minha sina,
Vi nos teus olhos puros de menina
Motivos pra viver e adorar-te...
Mas a dor me persegue em toda parte,
Por isso eu sofro tanto quanto amei!
- Sublime foi o amor que eu te dei!
- Maldito agora eu sou por tanto amar-te!

(José de Anchieta Batista)

Um comentário:

Alma Acreana disse...

Meu amigo,
um poema transbordante de amor. Como diria os gregos de 'pathos', paixão...
Um forte abraço!