terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

A LÍNGUA HUMANA

                    (Fagundes Varela)

Qual a mais forte das armas,
A mais firme, a mais certeira?
A lança, a espada, a clavina,
Ou a funda aventureira?
A pistola? O bacamarte?
A espingarda, ou a flecha?
O canhão que em praça forte
Faz em dez minutos brecha?
-Qual a mais firme das armas?-
O terçado, a fisga, o chuço,
O dardo, a maça, o virote?
A faca, o florete, o laço,
O punhal, ou o chifarote?...
A mais tremenda das armas,
Pior que a durindana,
Atendei, meus bons amigos:
Se apelida: - a língua humana.

LUIS NICOLAU FAGUNDES VARELA
Poeta romântico que associou criação literária e vida boêmia.
--------> Nasceu no dia 17/08/1841, em Rio Claro (RJ)
-------->Morreu no dia 17/02/1875, em Niterói (RJ)
Era filho de Emiliano Fagundes Varela e de Emília de Andrade, ambos de famílias fluminenses ricas. Viveu parte da infância numa fazenda, na vila de S. João Marcos (RJ), onde seu pai era juiz.
Depois, devido às transferências do pai, residiu em: Catalão (GO), Angra dos Reis (RJ) e Petrópolis (RJ). Nesta última fez os estudos fundamental e médio.
Matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo (1862), mas não terminou o curso, devido ao seu interesse pela literatura. Em 1861, publicou seu primeiro livro de poesias, "Noturnas". Dois anos depois, "O Estandarte Auriverde".
Casou-se com a artista de circo Alice Guilhermina Luande, de Sorocaba (SP), provocando um escândalo na família. A morte de seu primeiro filho, Emiliano, aos três meses de idade, levou-o ao alcoolismo e à boêmia, mas o instigou a escrever, inspirando o poema "Cântico do Calvário" (1863). Logo a seguir, publicou "Vozes da América" (1864) e "Cantos e Fantasias" (1865).
Resolveu terminar o curso de Direito em Recife. Enquanto estava em viagem, sua esposa, que ficara em São Paulo, faleceu. Ele retornou à Faculdade do Largo São Francisco (SP) em 1867, e, mais uma vez, abandonou o curso.
Voltou para a fazenda de Rio Claro (RJ). Casou-se pela segunda vez com a prima Maria Belisária de Brito Lambert, com quem teve duas filhas e um filho, este também falecido prematuramente. Em 1870, mudou-se para Niterói, onde viveu até o fim da vida, entre estadas nas fazendas dos parentes e as rodas da boêmia intelectual do Rio.
Sempre inquieto e torturado, conseguia refúgio somente junto à Natureza, sua velha conhecida. Por esta razão, sua poesia - com fortes características românticas - expõe, em contraste, a contemplação da vida no campo e a vida na cidade, com seus vícios e, conseqüentemente, o aumento do sofrimento. Revela ainda uma fase de forte espírito religioso. Sua obra inclui: "Cantos Meridionais" (1869), "Cantos do Ermo e da Cidade" (1869), "Anchieta ou Evangelho na Selva" (1875), "Cantos Religiosos" (1878) e "Diário do Lázaro" (1880).
---> (FONTE: http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u599.jhtm )

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