sábado, 20 de fevereiro de 2010

SEM RUMO

                            (Anchieta)
Sem ter os meus olhos,
não sei o que espio...
Só sei do calor,
porque senti frio...
Me sinto um talvegue
sem água... sem rio...

Achei minha dor,
perdi o meu lenço...
E vivo apensado
às coisas que penso...
Se luto sem causa,
que causa é que venço?

Só há um cantar,
se houver um cantor...
Por trás do gemido,
abriga-se a dor...
Se a alma é sem vida,
que vida há no amor?

(Rio Branco – Ac, 19/02/2010)

Um comentário:

Alma Acreana disse...

Caro Anchieta,
sua poesia nos interpela ao mesmo tempo em que toca o nosso coração.

Um fraterno abraço!