(*) José de
Anchieta Batista
Disseram-me
agora
Que
Leda Maria
Morreu
num bordel,
Em
meio à imundície...
E
esta notícia
Soou-me
cruel.
Mergulho no longe
De
tempos distantes...
Fagulhas
de instantes
Me
vêm do passado...
E
Leda Maria,
Em
minha lembrança,
Revejo
criança...
Ninguém,
com certeza,
Lá
na redondeza,
Mais
bela que ela
Jamais
conheceu.
-
Primeira paixão...
-
Primeira ilusão...
-
Primeiro amor meu...
Um dia embriaguei-me
No
olor dessa flor...
Bebi
de seu beijo
O
virgíneo sabor...
E
nós nos amamos,
E
nós dois pecamos,
Se
é que é pecado
Pecar
por amor.
-
Que houve depois?
-
A sórdida sina
Pra
longe a levou...
A
vida, que é treda,
Roubou
minha Leda...
E
em Leda Maria
Não
mais se falou...
O
expresso da vida
Deixou-a
pra trás...
E
Leda Maria
Não
vi nunca mais.
Cumpri pela vida
Meu
torpe destino,
Aos
poucos, morrendo,
Doendo
no peito
Meu
sonho desfeito
Ainda
menino.
Disseram-me
agora
Que
Leda Maria
Morreu
num bordel,
Em
meio à imundície...
E
esta notícia
Soou-me
cruel.
Se ainda a amava?
-
Não sei! Eu não sei!
Não
foi só por pena
De
Leda Maria
Que
hoje eu chorei!
*****
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