Em
Teixeira, Paraíba,
No meu
sagrado Nordeste,
Eu
nasci “cabra da peste”,
Sonhador,
poeta e escriba...
Andei
“pra baixo e pra riba”,
Num
mundo de tanto engano...
Fui sensato
e fui insano,
Perdi
lutas... venci guerra...
Sem
esquecer Minha Terra:
- Meu
torrão paraibano!
Cresci
em Aparecida...
Ali
pertinho de Sousa,
E sua
imagem repousa
No
livro de minha vida!
Daquela
gente querida,
Poucos
estão por ali...
Lembro
que quando parti,
Seu
nome ainda era “o Canto”,
E ali,
feliz, eu fui tanto
Que de
lá nunca esqueci!
Meu
pai, Batista, homem forte,
Plantava
um grande roçado
Pra
não faltar o bocado
E proteger
nossa sorte...
Porque
não há quem suporte
Olhar
com desolação
Um filho
chorar sem pão,
Quando
uma seca assassina
Faz da
dor uma rotina
Pra
castigar o Sertão*.
Ali no
grupo escolar,
Houvesse
seca ou inverno,
Com
livro, lápis, caderno,
A
gente ia estudar...
E
papai sempre a lembrar:
- Tu
não serás o que és!
Estuda!
– que ao invés
Dessa
pobreza malvada,
Não
herdarás minha enxada
Pra
puxar cobra pros pés.
Minha
mãe, com muito amor,
Queria
que em minha sina
Eu
vestisse uma batina
Em vez
de ser um doutor...
Mas eu
não tinha fervor
Pra
seguir a vocação.
Desbravei
mundos, então,
Inquieto,
afoito e audaz,
Mas
sem esquecer jamais
Das
coisas do meu Sertão.
Lembro
os livros na sacola,
Lembro
os castelos de areia,
As
coisas de minha aldeia,
Meus
coleguinhas da escola,
Meu
campo de jogar bola,
Os
meus carrinhos de lata,
E aquela
gente pacata,
Cheia
de fé e esperança...
Tudo
agora é só lembrança,
E esta
lembrança me mata.
Aprendi
xote e baião,
Só
para dançar com ela,
A
garotinha mais bela
Que
pisava aquele chão...
Despedi-me
num São João,
Jurando
que voltaria,
Mas
nunca houve esse dia...
-
Hoje, triste, em mim não cabe
A
saudade... e ninguém sabe
Por
onde anda Sofia.
Quando
a tristeza me lança
Lá nos
tempos de menino
Lembro
o sertão nordestino
E me
tortura a lembrança...
Que
bom ter sido criança
Lá na
terra do repente,
Onde a
viola plangente
Enfeita
o mote e a canção...
-
Saudades de meu Sertão!
-
Saudades de minha gente!
Na
velhice, hoje cansado,
Tento
vencer a distância
Para
rever minha infância
No meu
longínquo passado...
No
peito, um fardo pesado,
Que
conduzo a contragosto...
Só
saudades... – Que desgosto...
Não
quero lembrar mais nada!
-
Basta a lágrima malvada,
Que
agora queima o meu rosto.
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