Embora
não seja um especialista nas regras e nos labirintos de nossa Língua Pátria, este
conflito, pelo menos para mim, está encerrado definitivamente.
Optei
por me rebelar, desde o primeiro momento, contra essa invencionice originada
não sei onde. Não obedecerei a esta invasão de nosso terreiro. Decidi por
continuar obediente ao uso já consagrado historicamente por nosso povo. Uma Língua
tem sua vida alimentada essencialmente, pelo uso, pelo costume, pela tradição. Assim,
continuarei transgressor, como já o sou, da norma “culta” agora imposta.
Sem
querer fazer média, e com a sinceridade de minha “idiossincrasia anchietista”,
sou hoje um acreano juramentado. Não perdi, contudo, as marcas de minhas
origens sertanejas. Daqui a pouco, alguém vai se achar no direito de mudar, lá
no Nordeste, nosso modo arrastado de falar “oxente!” ou “vixe!”, aprendido,
consagrado e eternizado lá nos grotões de meu sertão paraibano. Ninguém tem o direito, nem o poder, de
violentar a sagrada identidade de uma gente, principalmente por via de
imposição legal. Onde já se viu? Ora!
Parabéns
à Academia Acreana de Letras por haver fincado o pé em defesa de uma identidade
ricamente construída, principalmente com a ACREANA bravura de nossa gente.
Nada
mudou para mim. É “ACREANO” e... fim de papo!
Em
abril de 2009, externei em meu blog,
pela primeira vez, minha revolta e meu
humilde posicionamento a respeito. Transcrevo aqui os versos:
Quem quer trocar por
“I” o nosso “E”,
Deste Torrão jamais
sentiu o cheiro...
Nós somos ACREANOS e,
por certo,
Dos Brasis, o Brasil
mais brasileiro!
Não nos imponham tão
fajuta regra,
Pois nossa regra
existiu primeiro!
As marcas desta gente
não se muda
Por decreto, por lei,
por portaria...
Não se trata da troca
de um fonema,
Pois o problema é de
cidadania...
Consultemos o povo!
Plebiscito!
Façamos uso da
democracia!
O "E" faz
parte da palavra Acre!
Mas o "I"
faz-se intruso na raiz!
- Já que a regra é sem
pé e sem cabeça,
O jeito de escrever meu
povo diz:
- Não mudem nosso
"E", pois é com ele
Que nossa gente é brava
e é feliz!
Essa norma importada do
além-mar,
Com seu modo de ser tão
lusitano,
É desrespeito à alma do
meu Povo,
Heroico, destemido e
soberano!
- Que me tachem de rude
e apedeuta,
Que eu não vou aceitar
ser "acriano"!
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