sábado, 15 de agosto de 2015

ACREANO OU ACRIANO?

Embora não seja um especialista nas regras e nos labirintos de nossa Língua Pátria, este conflito, pelo menos para mim, está encerrado definitivamente.
Optei por me rebelar, desde o primeiro momento, contra essa invencionice originada não sei onde. Não obedecerei a esta invasão de nosso terreiro. Decidi por continuar obediente ao uso já consagrado historicamente por nosso povo. Uma Língua tem sua vida alimentada essencialmente, pelo uso, pelo costume, pela tradição. Assim, continuarei transgressor, como já o sou, da norma “culta” agora imposta.
Sem querer fazer média, e com a sinceridade de minha “idiossincrasia anchietista”, sou hoje um acreano juramentado. Não perdi, contudo, as marcas de minhas origens sertanejas. Daqui a pouco, alguém vai se achar no direito de mudar, lá no Nordeste, nosso modo arrastado de falar “oxente!” ou “vixe!”, aprendido, consagrado e eternizado lá nos grotões de meu sertão paraibano.  Ninguém tem o direito, nem o poder, de violentar a sagrada identidade de uma gente, principalmente por via de imposição legal.  Onde já se viu? Ora!
Parabéns à Academia Acreana de Letras por haver fincado o pé em defesa de uma identidade ricamente construída, principalmente com a ACREANA bravura de nossa gente.
Nada mudou para mim. É “ACREANO” e... fim de papo!
Em abril de 2009,  externei em meu blog, pela primeira vez,  minha revolta e meu humilde posicionamento a respeito. Transcrevo aqui os versos:

Quem quer trocar por “I” o nosso “E”,
Deste Torrão jamais sentiu o cheiro...
Nós somos ACREANOS e, por certo,
Dos Brasis, o Brasil mais brasileiro!
Não nos imponham tão fajuta regra,
Pois nossa regra existiu primeiro!

As marcas desta gente não se muda
Por decreto, por lei, por portaria...
Não se trata da troca de um fonema,
Pois o problema é de cidadania...
Consultemos o povo! Plebiscito!
Façamos uso da democracia!

O "E" faz parte da palavra Acre!
Mas o "I" faz-se intruso na raiz!
- Já que a regra é sem pé e sem cabeça,
O jeito de escrever meu povo diz:
- Não mudem nosso "E", pois é com ele
Que nossa gente é brava e é feliz!

Essa norma importada do além-mar,
Com seu modo de ser tão lusitano,
É desrespeito à alma do meu Povo,
Heroico, destemido e soberano!
- Que me tachem de rude e apedeuta,
Que eu não vou aceitar ser "acriano"! 

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