segunda-feira, 29 de maio de 2017

A MALA DA PROPINA - (Anchieta)

Para cumprir seu roteiro,
O farsante, o vigarista,
Dentro da noite paulista,
Pegou a mala e sumiu...
E como alguém lhe pediu,
Foi esconder o dinheiro...
Mas Deus se fez justiceiro
E logo “a casa caiu”.

Coitada de nossa gente,
Pela maldade que sofre
Dos que roubam nosso cofre
Forjados de gente fina...
Quanta ave de rapina!
(Que Deus poupe as exceções!)
ó meu Deus, quantos ladrões
Movidos pela propina?!

Enquanto isso, haja dor,
Haja fome, haja pobreza,
Haja pranto, haja tristeza
Haja deseducação...
O viver parece vão
Em meio à desesperança...
Precoce morre a criança,
Mas prolifera o ladrão.

A mala veio de volta,
Por força dos “Federais”...
Meio milhão de reais,
Retornou ao nosso povo...
- Um cínico baba-ovo
De algum mandão do poleiro,
Com medo, trouxe o dinheiro
Pro nosso cofre de novo.

Só espero que outras malas
Condutoras de propina
Dobrem esta mesma esquina,
Seja por mal ou por bem...
E quero pedir também:
- Já que não pode haver “peia”,
Pelo menos da cadeia,
Não fique livre ninguém!
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