segunda-feira, 29 de maio de 2017

POESIA DE MEU SERTÃO

Abro nosso “ESPAÇO DO ANCHIETA” com duas sextilhas minhas, escritas na década de 80, mas que estão ainda atualíssimas:
O Brasil está ferido,
Com grande fratura exposta...
- Brasileiro é povo besta,
Que de sofrer muito gosta,
Por não saber dizer: basta!,
Vive nadando na bosta!
(Anchieta)
Esta gente brasileira,
É doce, é linda e é nobre...
Por faltar-lhe Educação
Seu valor nunca descobre...
- É um Brasil podre de rico
E um povo podre de pobre!
(Anchieta)
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O grande Patativa do Assaré, falando de saudade, assim versejou:
Saudade dentro do peito
É qual fogo de monturo:
Por fora tudo perfeito,
Por dentro fazendo furo.
Há dor que mata a pessoa
Sem dó e sem piedade,
Porém não há dor que doa
Como a dor de uma saudade.
Saudade é um aperreio
Pra quem na vida gozou,
É um grande saco cheio
Daquilo que já passou.
Saudade é canto magoado
No coração de quem sente
É como a voz do passado
Ecoando no presente
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Fragmentos da poesia do conterrâneo Valdir Teles, poeta repentista nascido em Livramento-PB, no ano de 1953:
1) – Retratando a beleza do velho e sofrido Sertão:
Não precisa de energia,
Lá só basta o sol e a lua;
Ele despido, ela nua;
Um de noite, outro de dia.
Na hora que a tarde esfria,
Deus faz a transformação:
O sol apaga o clarão,
A lua desfila acesa,
Tudo que há de beleza
Deus colocou no sertão.
2) - Uma cena de seu tempo de criança:
Pai vinha de São José
Com uma bolsa na mão,
Minha mãe abria a bolsa,
Me dava a banda de um pão
Porque se desse o pão todo
Faltava pro meu irmão.
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